Polysom lança Orquestra Afro Brasileira

Polysom lança Orquestra Afro Brasileira

A inspiração na cultura africana resultou na criação de vários ícones das artes no Brasil. Na música não foi diferente. Em 1968, ao lançar seu segundo disco, homônimo, a Orquestra Afro Brasileira contribuiu com mais um clássico absoluto, uma raridade que a Polysom relança esse ano, pela coleção “Clássicos em Vinil”.

A Orquestra Afro Brasileira lançou apenas dois álbuns e contava com o maestro Abigail Cecílio de Moura como líder e compositor de suas 12 faixas. Seu som divulga e preserva a música de característica negra, numa mistura de ritmos como o opanijé (ritmo especial para “Omolu”), alujá (ritmo especial para “Xangô”), culminando com a polirritmia afro-brasileira, cuja base é recolhida nas cerimônias litúrgicas afro-brasileiras. Para isso, a orquestra tinha instrumentos ocidentais, como sax e clarineta, e primitivos: urucungo, angona-puíta, agogô, gonguê, rum, rumpi, lê, afoxê, adjá, berimbau e ganzá. As músicas são cantadas em bantu, nagô, nheengatu e em português.

Um disco de grande valor musical e um verdadeiro patrimônio nacional que volta as prateleiras esse ano.

Desde a indicação do produtor Kassin, a fábrica contou com alguns entusiastas do vinil para garantir que o disco ficasse o mais próximo possível do original, num processo que levou 6 meses. Para começar, ao licenciar o relançamento, a Sony, enviou o projeto gráfico original e o master de áudio que tinham: uma fita de meia polegada, com três canais de gravação – formato bem pouco conhecido, mas muito comum nos estúdios da antiga CBS (hoje Sony) durante os anos 60. No Brasil não foi encontrado nenhum gravador que pudesse reproduzir este tipo de fita. A solução surgiu de uma pista dada pelo engenheiro argentino Leandro Gonzales, dono do estúdio de corte de acetato Dubstereo, em Nova York: uma empresa chamada Sonicraft A2DX Lab, situada em Nova Jersey, teria capacidade para copiar qualquer tape analógico. Depois de vários contatos, perguntas e respostas, a fita foi enviada e devidamente copiada em digital de alta fidelidade. O trabalho da Sonicraft ficou fantástico. De volta ao Brasil, os áudios foram então remixados nos Estúdios Tambor, tendo como referência o próprio disco original.