Comemorando os 40 anos do álbum “Canta Canta, Minha Gente” (1974), de Martinho da Vila, Otto preparou uma bonita homenagem. O cantor pernambucano fará três shows no SESC Vila Mariana, dias 14, 15 e 16 de fevereiro, interpretando o repertório desse clássico da música nacional e da carreira do sambista. A direção musical da apresentação é do Pupillo (Nação Zumbi).
No repertório estão as 12 faixas desse álbum, entre elas os sucessos “Canta Canta, Minha Gente”, “Disritmia” e “Malandrinha”. Para cada música, Otto preparou uma versão especialíssima, que será apresentada junto com a banda formada por Pupillo (bateria), Regis Damasceno (baixo e violão), Rodrigo Campos (cavaquinho), Thiago França (flauta), Marcos Axé (percussão) e Malê (percussão).
Otto – “Canta Canta, Minha Gente”
Data: 14/02 (sexta-feira)
15/02 (sábado)
16/02 (domingo)
Horário: 21h (sexta-feira e sábado)
18h (domingo)
Local: SESC Vila Mariana (Rua Pelotas, 141 – Vila Mariana – São Paulo – SP)
Ingressos: R$ 32 (inteira)
R$ 16 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino)
R$ 6,40 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)

Depois do lançamento de “The Moon 1111” (Deck /2012), o cantor pernambucano lança o primeiro clipe desse trabalho. O vídeo é da música “O Que Dirá o Mundo” e foi dirigido por Camila Botelho.
A música, que tem a letra assinada por Otto e José Paes de Lira (Lirinha), faz uma crítica às cidades, ao mesmo tempo que tem uma romântica e envolvente melodia. As imagens foram gravadas na Zona da Mata, de Minas Gerais, nas cidades Sobral Pinto e Abaíba, em áreas rurais, fazendo um contraponto à vida urbana. O vídeo teve seu roteiro criado livremente por Otto e pela diretora e conta com a participação da atriz Amanda Lira.
Otto parece ter uma criatividade infinita. A cada disco que lança, parece que abre uma caixa surpresa, com referências, influências, ideias e uma forte intuição. Seus 4 álbuns são mais do que músicas, são histórias, são novas propostas sonoras, sempre com detalhes e nuances que ficam nas entrelinhas.
“The Moom 1111” não é diferente, o 5º álbum de Otto é inspirado no cinema francês, especificamente em Guy Montag, personagem de “Farenheit 451” (1966), filme de François Truffaut. “É um disco futurista, espacial” – ele explica. Sonoramente com muita referência de Pink Floyd, especialmente o clássico “The Dark Side of the Moon”, e do nigeriano Fela Kuti, criador do afrobeat.
Mesmo com algumas influências estrangeiras, o disco transborda brasilidade. Muito por conta da jovialidade percussiva do nascedouro de Peixinhos, em Olinda, onde Otto e equipe montaram um estúdio e lá gravaram com percussionistas da região. Outras gravações também foram feitas no Estúdio Fábrica (Recife) e Estúdio YB (São Paulo).
Produzido por Pupillo (também baterista), “The Moom 1111” traz Otto acompanhado por um time espetacular de músicos; Fernando Catatau (guitarra), Donatinho (teclado), Dengue (baixo), Kassin (baixo) e Lincoln Olivetti (teclado e arranjos), entre outros. Também participam do disco Trummer, da banda Eddie, em “The Moon 1111”, Luê Soares, em “Selvagens Olhos, Nego” (feita há quase 10 anos em homenagem a Sabotage), de Jose Paes de Lira em “O que Dirá o Mundo”, do Balé Afro Magê Molê, em “Miss Apple e Zé Pilantra” e da atriz Tainá Muller, em “Ela Falava”.
Diferente dos trabalhos anteriores, dessa vez Otto improvisou muito em estúdio, fazendo o disco “artesanalmente, como se fosse montando um quebra-cabeça com tudo o que pensei” – ele diz. Otto fala sobre futurismo, sobre amores contemporâneos e como ser romântico na era da internet. Homenageia o trio Mutantes em “Dia Claro”, fala sobre a Apple em “Miss Apple e Zé Pilantra”, esbanja senso de humor em “Ela Falava”, “Exu Parade” e procura dismistificar o sexo, o tornando “mais divertido” em “DP”. Entre as 10 faixas de “The Moon 1111”, está a inspirada versão para “A Noite Mais Linda do Mundo”, de Donizette e Marcelo, cantada por Odair José. Otto sempre bebeu no cancioneiro popular e recriou alguns de seus clássicos em arranjos contemporâneos. “A Noite Mais Linda do Mundo” caiu como uma luva no repertório do pernambucano nesse álbum especial.
O 1111 é uma referência ao número, que Otto vê sem parar e que abre muitos portais, segundo algumas correntes do misticismo. O título vem a calhar; a cada audição é possível ir abrindo os portais da cabeça de Otto e percebendo suas nuances, sua belezas escondidas, seus segredos e muito mais.
“The Moon 1111” tem o patrocínio do Programa Natura Musical, selecionado no Edital Nacional 2011. Será lançado dia 11/11 com distribuição da gravadora Deck.