09 jun Vespas Mandarinas lança compacto especial “o o v o e n j a u l a d o” com participação de Mark Arm do Mudhoney
Chega às lojas na próxima semana o compacto em vinil “o o v o e n j a u l a d o”, do Vespas Mandarinas, pela Polysom, com duas faixas: “A Man Without Qualities” e “Estrada Escura”.
O Vespas Mandarinas, que tem se destacado no cenário pop rock brasileiro com uma poética bastante peculiar, aproveitou o que eles chamam de uma espécie de “janela”, enquanto não gravam o novo álbum, para experimentar novas formações e estilos dentro do amplo universo de referências do rock. O proto-punk e a psicodelia deram o tom nas gravações.
“A Man Without Qualities”, a faixa do lado A, é uma versão em inglês para “Um Homem Sem Qualidades” música já aclamada pela crítica especializada e apontada como a 20ª melhor música de 2013, segundo a lista de “melhores do ano” da revista Rolling Stone. De autoria de Thadeu Meneghini e Adalberto Rabelo Filho, este também responsável pela versão em inglês, a faixa conta com a participação especialíssima de Mark Arm, vocalista da banda americana Mudhoney, no vocal. Mark é responsável pelo embrião do movimento Grunge, que teve seu ápice nos anos 90 e reconhecimento internacional através de bandas como Nirvana e Pearl Jam. Trata-se do lado de referências proto-punk do compacto. Produzida por Chuck Hipolitho e Thadeu Meneghini no estúdio Costella, a faixa conta ainda com a participação de Lee Marcucci no contra-baixo.
“Estrada Escura”, faixa do lado B, é uma canção escrita por Taciana Barros (Gang 90/Solano Star) e Michel Kuaker (Yo Ho Delic). A faixa evoca uma espécie de “elo perdido” no rock paulistano/brasileiro. Algo como se Mutantes e Violeta de Outono entrassem num túnel do tempo e montassem um novo grupo em 2015, nos porões do Centro Cultural São Paulo(CCSP), transformando-se no que o poeta Roberto Piva definiria como “um grupo com a noção perfeita da cloaca primitiva”, que varresse da consciência “nossos sonhos medíocres” e nos libertasse “desta última hipnose chamada civilização”.
Nos versos da canção, Thadeu derrama: “onde a loucura é amiga da lucidez”, trazendo à tona o desvio Psicodélico/Surrealista do compacto. Produzida por Thadeu Meneghini & Michel Kukaer no estúdio Wha Wha, a faixa ainda conta com Rodrigo Bourganos (Bombay Groovy) no Sitar.
A capa escolhida para o Compacto é um capítulo à parte. O desenho criado pelo artista Theo Castilho – punk de nascença e criador de uma das casas de punk rock mais emblemáticas de São Paulo, o já extinto Carbono 14 – representa de maneira quase exata a intersecção dos dois universos citados logo no início: o proto-punk e a psicodelia. A direção de arte é assinada por Taciana Barros.
No contexto atual, onde o rock nacional não tem “censura” mas também “não se atreve”, o compacto “o o v o e n j a u l a d o” se apresenta como um Banho de Lua, ou apenas como um remédio pra livrar-nos do tédio. O resto é história.