Roberta Campos lança o álbum ‘O Amor Liberta’

Roberta Campos lança o álbum ‘O Amor Liberta’

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Roberta Campos teve uma certa epifania em 2018, no meio do processo entre seu quarto álbum “Todo Caminho é Sorte” (2015), e este “O Amor Liberta”, que é lançado hoje (30) em todas as plataformas digitais, produzido por Paul Ralphes.

Segundo a própria, teve a revelação prática do título do álbum, de que só o amor liberta. O amor generoso, que você dedica a si mesmo em retribuição a tudo o que a vida oferece de bom. Nesse ponto, a libertação da artista foi o de parar de colocar tudo nas próprias costas e compartilhar com o universo o destino e sua arte. As pistas já vieram com o disco anterior, onde afirma que todo caminho é sorte, e mesmo com o EP que lançou ano passado, “Só Conheço o Mar”.

Roberta Campos se abriu para outros gêneros, para contribuições e participações, que colocaram na atual obra nomes novos, como De Maria, e clássicos, como Hyldon, Humberto Gessinger e Luiz Caldas, em co-assinaturas. E manteve a assinatura autoral – bastam segundos de cada uma das 11 canções de “O Amor Liberta” para sabermos que se trata de composição dela e qual é a proposta da música em referência.

Se temos de um lado um trabalho com essa dimensão de maturidade e generosidade, do lado do ouvinte o que flui entre melodias e harmonias típicas da artista é astral solar, iluminado e otimista, na mistura de sua MPB de voz e violão com indie, jazz, bossa nova ou blues.

Os arranjos suaves de sopro na música de abertura, “Pro Mundo que Virá”, dão esse tom – a composição é inegável na raiz de voz e violão, mas tudo é colocado em camadas tão sutis que o resultado parece acariciar o ar até que chegue aos ouvidos.

“É Natural” traz o mesmo clima solar e para cima, influenciado também pela parceria na composição com Luiz Caldas. Mesmo astral que estampa “Miragem” nos beats e arranjos mezzo reggae da participação do Natiruts.

 

 

Entre elas, uma balada, “Floresço na Tua Vida”, parece fazer escada para um chamber pop de arranjos mais grandiosos, “O Futuro nos Aguarda”, em escalas até a canção deliciosamente indie pop em que divide o vocal com Humberto Gessinger, “Começa Tudo Outra Vez”.

“Chegou o meu Verão” traça certo encontro de bossa nova com nova MPB em canção assinada por ela e De Maria, até que temos um sopro de psicodelia beatle em “Aquário”.

Já “O Vento que Leva” demarca um território entre alt country, jazz e bossa nova. Hyldon assina junto com ela “Se a Saudade Apertar” em arroubo forte dos dois, que é a canção perceptivelmente composta no violão.

Assim também é a derradeira “Rosária”, onde a voz melodiosa de Roberta Campos só precisa de uma certa cama de seis cordas e de arranjos bem econômicos para fechar com maestria este quinto trabalho da artista.

Após seis anos, ela voltou. E muito bem acompanhada, em parceiros, missão e propósito.