Josyara convida Margareth Menezes em “ladoAlado”, canção de seu próximo disco

Ouça aqui: https://josyara.lnk.to/MargarethMenezes_ladoAlado

“Quem sustentará o meu sofrimento / Quem se importará com a minha dor?”

É com esses versos que Josyara inicia seu próximo álbum, do qual assina também toda a produção musical e que será lançado ainda neste semestre pela Deck. A canção que abre os caminhos para as outras nove faixas é “ladoAlado”, que nasceu no contexto mais crítico da pandemia de Covid-19, durante o isolamento social, e aponta questionamentos que vieram à tona naquele período e atravessaram a artista em sua vivência individual, porém sempre marcada pelo coletivo. Em um momento de crise sanitária, política, econômica e social, Josyara implica sua voz marcante para perguntar: quem está lado a lado de quem? A canção reflete o movimento de olhar para os lados e se perguntar quem verdadeiramente se coloca nas mesmas trincheiras que você, seja nas micro ou nas macrorrelações, para “sambar alegre” ou “enfrentar a guerra” dos cotidianos.

Josyara divide as vozes de “ladoAlado” com ninguém menos que Margareth Menezes, em uma parceria inédita que traz o encanto e a força dessas duas artistas baianas em toda potência que emerge desse encontro. A voz e a presença de Margareth deram ainda mais sentido às noções de irmandade e interseccionalidade que Josyara coloca em sua composição, o que é perceptível na escuta sensível do single. A participação foi sonhada pela compositora desde que a música ganhou forma, por isso a realização de tê-la “ladoAlado” abrindo esse disco é imensa. “Margareth Menezes é uma das maiores cantoras brasileiras, que representa muito o Brasil, que traz essa força no canto, além de ser uma grande compositora. Sou muito fã. Ela foi muito carinhosa, acolhedora e generosa, dando abertura inclusive para eu dirigi-la no momento da gravação. Foi uma grande honra!”, declara Josyara.

Seu violão, já conhecido, é o fio condutor desta e de todas as faixas do álbum que está por vir. Josyara traz em seu instrumento um jeito de tocar muito próprio, com o dedilhado percussivo inspirado no samba chula e em outros ritmos afro-baianos, muito presentes na cultura de Salvador e do Recôncavo. Além das vozes principais e do coro que remete às ladainhas da capoeira, a Bahia se apresenta, também, nos instrumentos percussivos, não só nesta primeira faixa como em todo o álbum, sendo um elemento fundamental na composição sonora que a artista propõe nesse novo trabalho. Diferente de Mansa Fúria, seu disco anterior, a percussão aparece agora como uma das marcas principais, sendo toda produzida e gravada em Salvador.

Ao tempo em que tem na regionalidade a fonte de seus fundamentos musicais, e assume isso estética e discursivamente, a artista não deixa de experimentar novas nuances como, por exemplo, a linguagem eletrônica, já utilizada em Mansa Fúria (produzido por Junix – Baiana System) e novamente presente em seu mais novo trabalho, produzido por ela própria. Josyara não para de surpreender o público, seja quem já a acompanha há mais tempo ou quem está conhecendo-a agora, por sua musicalidade completa que se apresenta na força da voz, no ritmo do corpo, no instrumento que empunha e nas composições que escreve e produz.