
25 abr Jambu lança o álbum “MANAUERO”
Formada por Gabriel (voz e guitarra), Bob (guitarra), Guga (baixo) e ysmn (voz e bateria), a banda Jambu apresenta sua essência no álbum “MANAUERO”. Eles saíram de Manaus em 2023 e, passando esse tempo em São Paulo, acabaram por voltar os olhos para as origens, para a infância e juventude, não só refletindo sobre a vida em Manaus, como resgatando memórias musicais e afetivas daquele tempo.
Se antes eles se preocupavam em ter uma sonoridade compatível com o que se conhecia por “indie rock”, o distanciamento suscitou o desejo de incluir outras influências locais como reggae, forró e a cena de música eletrônica da cidade. “Para nós foi uma grande mudança ter vindo para o Sudeste e ao mesmo tempo vivermos esse resgate das nossas memórias através das lembranças, saudades e incertezas.” – comentou Guga.
Para a produção de “MANAUERO”, a banda convidou quatro produtores para trabalharem em parceria com eles, com o intuito de ter diversas visões sobre o disco. São eles: Lucas Cajuhy, Zeca Leme, Roberto Kramer e Bezebra.
As músicas traduzem essa fase da banda, evocando o ambiente sonoro de Manaus para o disco. “deixa fluir” é um pop perfeito com acento reggae e “eu te espero” traz guitarras e ritmos acelerados, além da letra e da melodia, que falam de forma feliz sobre a saudade de casa. Assim também acontece com “cerveja gelada”, que foi composta num dia de calor absurdo em São Paulo e sua letra não deixa claro se o eu lírico é uma mulher ou a cerveja.
“vagabundo” já é um retrato mais duro da mudança, da chegada em São Paulo, dos desafios financeiros e da adaptação da rotina. “Eu vou sair pra ver o mundo/ E como qualquer vagabundo/ Eu vou buscar nessa cidade /Amor de verdade/Quero olhar além dos muros” são alguns versos da canção.
A Jambu também compôs uma canção com reflexões sobre a crise climática. Chamada “latinoamericano”, a faixa questiona a forma de enxergar as origens do continente. “Como as histórias que ouvimos nunca são esclarecedoras sobre as sociedades que habitavam a terra desde o início, o que aprendemos nas escolas são só visões vindas dos colonizadores, como se só houvesse história humana na América Latina a partir da chegada deles, e isso se reflete nas nossas mentes até hoje” – explicou Gabriel Mar. “Vindo de Manaus, fica mais fácil de perceber o quanto dividimos culturas e tradições com outros povos de outros países vizinhos, mas ainda somos incapazes de nos reconhecermos como parte do continente, como irmãos de território”.
Num álbum tão focado nas origens, é emocionante ter um uma faixa composta por Eugênio Mar, avô do Gabriel. “INCENDEIA” descreve o sol escaldante do Brasil e o prazer de entrar numa cachoeira. “Meu avô é músico, já tinha essa canção há muito tempo e resolvemos gravar. Foi uma realização muito grande” – comentou Gabriel.
“MANAUERO”, lançado hoje pela Deck, é uma jornada para dentro dos integrantes da Jambu, enquanto eles migram para fora. A banda se transformou e, ao mesmo tempo em que está tão diferente do que era, nunca esteve tão próxima de sua origem.