
09 maio Alaíde Costa – “Uma Estrela Para Dalva”
A cantora e compositora Alaíde Costa acaba de lançar “Uma Estrela Para Dalva”, um álbum tributo a Dalva de Oliveira. Com produção de Thiago Marques Luiz e lançamento pela gravadora Deck, o disco celebra o legado de uma das intérpretes mais emblemáticas da história da MPB e reúne grandes nomes da música brasileira para recriar clássicos imortalizados por Dalva. O primeiro single do projeto, “Há um Deus”, em dueto com o pianista Vitor Araújo, foi lançado antes da estreia do álbum, antecipando a emoção e a grandiosidade do tributo.
Dalva de Oliveira, consagrada como a “Rainha da Voz”, marcou gerações com sua potência vocal e interpretação emocional, eternizando sucessos como “Tudo Acabado”, “Errei Sim” e “Bandeira Branca”. Sua trajetória, que se iniciou nos anos 1930 e atingiu o auge como voz do Trio de Ouro, fez dela um dos maiores ícones da música nacional. Reconhecida internacionalmente, Dalva levou a música brasileira para além das fronteiras, apresentando-se, inclusive, na coroação da Rainha Elizabeth II.
O novo projeto de Alaíde Costa resgata esse legado com um olhar contemporâneo e participações especiais de grandes artistas. Maria Bethânia interpreta “Ave Maria no Morro” ao lado do violonista João Camarero. Roberto Menescal e Yuri Queiroga assinam os arranjos da faixa “Sebastiana da Silva”, enquanto Amaro Freitas participa em “El Día Que Me Quieras” e na clássica “Bandeira Branca”.
Outros músicos consagrados também se juntam a Alaíde nessa celebração. Guinga traz seu talento para “Bom Dia”, enquanto Antonio Adolfo se une à cantora em “Errei Sim”. Cristóvão Bastos assume os arranjos de “Teus Ciúmes” e André Mehmari revisita “Fim de Comédia” com sua sensibilidade única. O álbum também conta com a contribuição de Filó Machado e Léa Freire, que recriam “Segundo Andar”, além de Roberto Sion, responsável por uma releitura emocionante de “Neste Mesmo Lugar/Tudo Acabado”.
O repertório ainda inclui momentos especiais como Edson Cordeiro e Gabriel Deodato em “A Grande Verdade”, Alexandre Vianna em Segredo/Calúnia”, Gilson Peranzzetta com sua interpretação para “Distância”, José Miguel Wisnik trazendo uma nova leitura para “Mentira de Amor” e Itamar Assiere recriando “Estrela do Mar”.
Para Alaíde, o álbum é a realização de um sonho antigo. “Dalva sempre foi uma grande inspiração para mim, e poder prestar essa homenagem é algo que carrego há muitos anos. Agora, graças ao meu empresário e produtor há 20 anos, Thiago Marques Luiz, vou realizar. É uma oportunidade de manter viva a história da música brasileira”, celebra a cantora. Com arranjos sofisticados e interpretações emocionantes, “Uma Estrela Para Dalva” se apresenta como um tributo à altura da voz inconfundível de Dalva de Oliveira, reafirmando a importância de seu legado e a capacidade de Alaíde Costa em manter viva a essência da música brasileira.
“Produzir ‘Uma Estrela Para Dalva’ é a concretização de um sonho antigo da Alaíde Costa. Alaíde sempre teve uma profunda admiração por Dalva de Oliveira, e este álbum (o oitavo dela que eu produzo) é a forma mais bela de traduzir essa reverência. Reunimos uma equipe extraordinária, com músicos e intérpretes que compartilham dessa paixão e trouxeram suas próprias emoções para cada faixa. O resultado é um tributo que respeita a grandiosidade de Dalva e, ao mesmo tempo, reafirma a relevância de Alaíde Costa como uma das vozes mais importantes da música brasileira. Esse projeto é um presente para a nossa história musical”, conclui Thiago Marques Luiz, produtor do álbum.
Com esse tributo, Alaíde Costa reafirma sua relevância artística e contribui para a preservação da memória musical do Brasil, trazendo Dalva de Oliveira para novas gerações.
O álbum “Uma Estrela Para Dalva” já está disponível em todos os aplicativos de música e é um lançamento da gravadora Deck.
Sobre Alaíde Costa:
Era início da década de 1950 em Água Santa, bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, quando uma adolescente colava os ouvidos no aparelho de rádio, atenta, esperando a voz de Silvio Caldas entoar “Noturno em Tempo de Samba”. Ao ouvir os primeiros versos, parava para anotar a letra e memorizar a melodia. Quando aprendeu a canção, decidiu: iria ao programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi, para apresentá-la.
Não era a primeira vez de Alaíde Costa em um palco. Aos 11, seu irmão mais velho (Adilson, que se tornou jogador de futebol) a havia convencido a se apresentar em uma sessão para cantores amadores no circo montado no bairro, dizendo à garota tímida que, caso não fosse, a polícia iria buscá-la.
Dali em diante, a menina que gostava de cantarolar — mas achava que seria professora — passou a ser inscrita pelos vizinhos em toda oportunidade que aparecia, já que ganhava os prêmios. Aos 16, apaixonada pela canção cheia de climas interpretada por Caldas, resolveu ir se apresentar por conta própria. A escolha da música, a audição cuidadosa em casa e a interpretação lhe renderam nota máxima. “Aí tomei gostinho”, conta.
Aos 89 anos, uma das maiores vozes da música brasileira é também uma artista que sempre se guiou pelo que quis fazer e pelo que acreditava fazer melhor, o que não foi fácil. “Ah, mas você é negra, tem que cantar uma coisa mais animadinha, sabe? Um sambinha”, ouvia. “Me recusei a entrar nessa porque não daria certo”, afirma, categórica. Seu primeiro álbum foi lançado dois anos antes de “Chega de Saudade” (1958), música que marca o início da bossa nova, mas só recentemente ela passou a ser reconhecida entre os grandes nomes do gênero — assim como Johnny Alf, precursor do estilo e, não por acaso, também negro. Durante a carreira, teve grandes parceiros musicais como o próprio Johnny Alf, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, João Gilberto, Milton Nascimento, Oscar Castro Neves, entre outros.
Apesar dos infortúnios, a cantora continua ativa, defendendo a bossa nova, colecionando reconhecimentos e celebrando novas parcerias. Em 2020, seu talento como intérprete lhe rendeu o Troféu Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante, no Festival de Gramado. Alaíde se tornou a artista mais velha a ser laureada com o prêmio.
Em um show que homenageou João Gilberto em abril de 2023, em São Paulo, falou: “Vou fazer 88 anos, tenho 70 de carreira, e olha que loucura: as pessoas me descobriram agora!”. Alaíde nunca parou de cantar, nunca ficou sem gravar (são mais de 20 discos) ou se apresentar em shows. Alaíde é uma das poucas artistas vivas que passou por todos os formatos de mídia – desde o 78RPM, LP, K7, CD e agora o streaming. Nos últimos anos, parcerias deram novo vigor a uma carreira cheia de coerência artística. Em 2022, lançou “O que meus calos dizem sobre mim”, produzido por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto — eleito o melhor lançamento fonográfico de MPB no 30º Prêmio da Música Brasileira, com a cantora aplaudida de pé por todo o Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em maio de 2023, Alaíde se apresentou em Portugal com a Orquestra de Jazz do Algarve sendo um grande sucesso de crítica e público além-mar. Além disso, se apresentou no Carnegie Hall em Nova Iorque em outubro de 2023, no show The Greatest Night Bossa Nova em comemoração aos 60 anos da Bossa Nova, no qual foi aplaudida de pé por mais de cinco minutos. Em novembro de 2023 foi agraciada com o Troféu Raça Negra como melhor cantora do ano.
Em fevereiro de 2024 lançou o álbum “Pérolas Negras” ao lado das amigas Eliana Pittman e Zezé Motta no qual Alaíde transforma o sucesso de Salgadinho “Recado à minha amada” em uma bossa nova dos tempos modernos.
Alaíde Costa lançou em julho de 2024 o segundo disco da trilogia produzida por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, intitulado “E o tempo agora quer voar”. Está em turnê por todo o Brasil com quatro shows: “E o tempo agora quer voar”, com o repertório do último disco, “Alaíde canta Domingo de Gal Costa e Caetano Veloso”, “A Dama da Canção” e “Pérolas Negras”, no qual se apresenta ao lado das amigas Eliana Pittman e Zezé Motta.
Em 2025 lança um álbum em homenagem à intérprete Dalva de Oliveira pela gravadora Deck com produção de Thiago Marques Luiz, empresário e produtor que acompanha Alaíde desde 2004, e participações especiais de nomes como Maria Bethânia, Roberto Menescal e Edson Cordeiro.