
16 maio Mukeka Di Rato lança “Generais de Fralda”
“Generais de Fralda” é um disco rápido, direto e pesado. Nono registro de estúdio da já clássica banda Mukeka Di Rato, que completa 30 primaveras em 2025, o novo álbum traz uma sonoridade mais suja e agressiva, passando pela vertente crust do hardcore e letras cortantes, “sem meias palavras”, como já é uma marca do grupo.
Com discurso político, “sempre na luta antifascista”, as músicas falam sobre corrupção, racismo estrutural, indústria de armas, precarização do trabalho, excesso de remédios e outros temas dos tempos atuais.
Fepas (vocal e guitarra), Brek ( bateria), Mozine (baixo e vocal) e Paulista (guitarra e vocal) gravaram as 13 faixas do álbum no Estúdio Tambor, no Rio de Janeiro, com produção de Rafael Ramos.
A faixa-título é auto explicativa. A segunda, “Predadores Armados”, “fala sobre o terrorismo de estado e a barbárie que os policiais promovem, principalmente nas periferias. E tem uma pegada instrumental meio Disrupt” – comenta Fepas.
”Se Droga Brasil” é sobre o excesso de medicação. “Não aguento mais tomar tanto remédio/ Quantidade impressionante de remédio/Não aguento mais tanta Farmácia/ Injeção na veia alma esvaziada/ Droga, droga/ Droga, Brasil!” são os versos iniciais. Certamente muitas pessoas irão se identificar. “Essa letra Fabio Mozine trouxe praticamente pronta e a parte instrumental tem uma influência da banda DFL”. “Criança Morta” é inspirada no genocídio contra o povo palestino “e outras cenas de atentados contra crianças” – explica ele.
Já o segundo single, “Engenho de Sangue”, “fala das bases da criação do que a gente conhece como Brasil, né? Racismo estrutural, oligarquia, ganância de muitos, exploração e massacre dos menos favorecidos” – aponta Fepas – “Essa música e ‘General de Fralda’ eu tive a ideia, fiz a base e terminamos juntos no estúdio”.
“Filho da Rua” é inspirada “no soco no estômago que é a gente se deparar todos os dias com um semelhante dormindo na rua, passando necessidade e tanta gente querendo naturalizar uma coisa dessas”. “Fascism and Big Business” fala da indústria das armas e “Somente Moedas Acendem Velas” foi inspirada numa igreja onde tem umas lâmpadas em forma de velas, e elas só acendem se você jogar uma moeda. Mozine ficou impactado. “Nos permitimos dar uma zoada, botamos metalofone e tem o Mozine cantando”.
“Tá Fácil Morrer tá Fácil Matar”, escrita por Cristian Paulista, tem uma pegada curtinha tipo Napalm Death, o nome da faixa já fala por si.
“Globo da Morte”, “é um salve para os motociclistas e entregadores de aplicativo. Sabemos que muita gente se sacrifica, rala, se arrisca muito num trabalho precarizado. Tem que aguentar esculacho, humilhação e correr risco todos os dias por estar no trânsito lutando contra o tempo. Pegada instrumental com influência de Fugazi e Nirvana, mas o destaque é a participação de FBC, Fabricio, la de BH. O cara esmerilhou” – apontou Fepas.
“Ferrão” é uma faixa polêmica dentro da banda, uns integrantes amam, outros odeiam a letra é uma viagem doida poética, que foi terminada no estúdio mesmo.
“Último Dia da Guerra” é pesadíssima, inspirada num depoimento de um participante da Segunda Guerra Mundial.
A música que fecha o álbum é o primeiro single, “Desgraça Capixaba”, lançado no Natal de 2024, que fala “das ‘maravilhas’ do estado do Espírito Santo. Assuntos pesados, mas tem uma pegada de reggae” – conclui Fepas.
“Generais de Fralda” traz a essência do Mukeka Di Rato num álbum muito atual. “Generais de Fralda” (Deck) já está em todos os aplicativos de música e será lançado em CD, LP e fita cassete pela Laja Records.