
25 set Naimaculada lança “A Cor Mais Próxima Do Cinza”
Ouça aqui: https://naimaculada.lnk.to/ACorMaisProximadoCinzaPR
Um álbum feito a partir da vida nas grandes cidades, do excesso de violência, do barulho, da marginalização, do ritmo frenético e da pressa. “São Paulo é uma cidade cinza, onde ninguém se importa com ninguém” – comenta o guitarrista Samuel Xavier.
“A Cor Mais Próxima do Cinza”, primeiro álbum da banda Naimaculada, foi composto pelo grupo formado em 2022 por Ricardo Paes (voz), Pietro Benedan (Bateria), Luiz Viegas (baixo e voz), Gabriel Gadelha (Saxofone) e Samuel Xavier (guitarra). O conceito acabou surgindo não só por eles viverem na capital paulista, mas por duas experiências especificas: o trabalho de Pietro no projeto Solidariedade Vegan, que distribui alimentos e outros ítens para a população em situação de vulnerabilidade e pela chegada do vocalista Ricardo Paes, que antes morava em Osasco e se mudou para São Paulo. “Meus primeiros contatos com metrô, com as estações mais cheias, a imensidão de concreto e a sensação de invisibilidade de certa forma inspirou o disco” – aponta o vocalista Ricardo Paes. “Sem exceção, a única coisa que te faz ser visível em SP é poder e dinheiro. E a única mudança de perspectiva é quando a gente começa a conviver com as pessoas e passa a também saber como elas se sentem. No final das contas, o disco é sobre isso, encontrar humanidade num cenário desolador como São Paulo”.
A partir disso as músicas foram surgindo, ganhando corpo e se acomodando no rock psicodélico/alternativo que traz a estética da cidade poluída e iluminada, revelando as belezas de um lugar cinza e hostil, juntamente com a mistura de culturas presentes nos centros urbanos, fundindo gêneros musicais de diversas regiões e épocas, culminando em um som misturado de psicodelia, toques de MPB e até hardcore punk com berimbau.
São dez faixas no álbum, sendo que três delas, “Eu Sei”, “Não É Sobre Peixes” e “Choro de Outono” foram lançadas em formato de single nos últimos meses e já são hits nos shows da banda.
“Epítome”, tem uma incrível condução de bateria, que passeia por um tom latino, depois mais “stoner rock”, até chegar no metal, enquanto a letra fala sobre uma briga com o tempo. “Não é Sobre Peixes” descreve um desentendimento de um casal e “Quatro Quina” fala sobre a “normalização do absurdo” dos dias de hoje. “Mais um acidente na Rebouças/ Sexo virtual, mas nada é real/ Era anti-emocional” são alguns versos do refrão. “É uma crítica a rapidez e superficialidade do mundo, tanto no sentido das pessoas não se abalarem com um acidente de trânsito como com a prática do sexo virtual, uma desconexão da realidade. Além do canibalismo das redes sociais, a padronização dos corpos e nossa robotização de forma geral” – explica Ricardo.
“Deus e o Diabo na Terra do Sol” é sobre violência policial, “A Arte É Culpada” discorre sobre o papel desse ofício na vida dos artistas, “Eu Sei”, o primeiro single, traz o belo vocal de Ricardo Paes em destaque, “Luz/Sé” é uma faixa de 11 minutos de duração que transporta o ouvinte para um jornada no centro da cidade, onde a autorreflexão convive com o que muito se vê sem prestar atenção. Com certeza a música mais emblemática do álbum, que diz muito sobre o que é o Naimaculada.
Produzido por Samuel Xavier, mixado e masterizado por Chediak, “A Cor Mais Próxima do Cinza” é um disco denso, profundo, autêntico e que merece ser ouvido na íntegra e várias vezes para ser digerido e compreendido a cada nova camada que chama atenção aos ouvidos.
“A Cor Mais Próxima no Cinza” é um lançamento da gravadora Deck e já está em todos os aplicativos de música.