Feito entre 2019 e 2020, Ascensão veio, segundo a banda, na hora certa, e fala de diversas questões e da ascensão não só do povo preto, mas da ascensão de qualquer pessoa que quiser se relacionar, independente de cor, sexo, religião, da ascensão de todas as pessoas que estão realmente sendo oprimidas no Brasil e no mundo todo, assim como uma denúncia aos abusos contra o meio ambiente e à situação social precária em que estamos vivendo, colocando o dedo na feridas com um som pesado e potente nas músicas. O clima segue nas três faixas extras, como contam os músicos: “Isolamento Social” surgiu durante a pandemia, a pré produção do disco já estava pronta, mas tivemos que adiar as gravações por um bom tempo e foi nesse momento de isolamento, putos por não podermos expressar a nossa arte e nem gravar o nosso disco, que acabou surgindo esse som pesado!”, lembra o baterista Rodrigo Pancho. “Full Bag” é mais um som feito por nós três, de certa forma, já que cada um foi dando um pitaco e sua sugestão. A estrutura da música surgiu no feeling, nos ensaios, e fala sobre o cara que sabe que tá enrolado com dívidas e problemas (quem não?), e só quer esquecer um pouco disso, seja estando ali no conforto da sua casa ou em um barzinho, pois já está de saco cheio disso tudo e sempre tem alguém pra te lembrar, te cobrar etc. É um som pra extravasar mesmo, eu diria até despretensioso em relação às outras músicas, que são mais politizadas”, comenta Chaene Gama. Já “Corre” é “Um som visceral. A letra veio inspirada na realidade de muitas pessoas, é sobre a correria do dia a dia, como um pai que sai cedo de casa ou uma mãe que precisa ter vários empregos pra sustentar sua família. É sobre ver até onde a luta é necessária pra criação dos seus entes! É sobre, muitas vezes, ter que aceitar as condições dadas pra poder fazer o corre do dia! É sobre o esforço de mães que precisam educar seus filhos em meio ao caos! “Corre” é isso. É sobre Joãos e Marias esparramadas por todo país! O instrumental segue a letra, ou seja…. correria! Um hardcore épico com uma pegada direta! A letra vem como um soco direto, música perfeita pra poguear (“Pogo” é o nome de uma dança africana que originou as rodas Punks que vemos nos shows de rock), mas também pra refletir. Até onde vai seu ´Corre´?” provoca o guitarrista Charles Gama.