11 mar Black Pantera – Ascensão
Posted at 01:05h
in
- Mosha
- Padrão É O Caralho
- Delírio Coletivo
- Fogo Nos Racistas
- Não Fode o Meu Rolê
- Revolução é o Caos
- Anti Vida
- Dia Do Fogo - Rodrigo Lima
- Evilcred
- A Besta
- Eles Que Lutem
- Estandarte - Tuyo
Aumente o volume e redobre a atenção: o Black Pantera lança dia 11 de março seu terceiro disco de estúdio, Ascensão (Deck). Formado em Uberaba, Minas Gerais, em 2014, pelos irmãos Charles (guitarra) e Chaene Gama (baixo), e por Rodrigo “Pancho” (bateria), o power trio desafia preconceitos e padrões e tem dado o que falar com seu som de peso, potente também no discurso.
O nome da banda foi inspirado nos Panteras Negras, organização política fundada nos EUA na década de 1960 para combater a brutalidade policial contra a comunidade negra, e após Black Pantera Project (2015) e Agressão (2018), álbuns que os levaram a festivais internacionais como Download (França), Afropunk (Nova York, Paris e Miami) e Altavoz (Colômbia), ao lado de nomes como Slayer, Linkin Park e System Of A Down, a banda se prepara para tocar no palco Sunset no Rock in Rio no dia 02 de setembro, dedicado ao Metal, convidando a banda Devotos.
Feito entre 2019 e 2020, Ascensão veio, segundo a banda, na hora certa, e “fala de diversas questões e da ascensão não só do povo preto, mas da ascensão de qualquer pessoa que quiser se relacionar, independente de cor, sexo, religião, da ascensão de todas as pessoas que estão realmente sendo oprimidas no Brasil e no mundo todo”, conta o baixista Chaene Gama.
O público já teve um aperitivo com o lançamento de dois singles do trabalho. “Padrão é o Caralho”, lançado em 21 de janeiro deste ano, questiona a ideia de haver um padrão de beleza: “Não importa a sua cor, se você é gordo, magro, se usa barba ou com quem você se relaciona. Nós mesmos somos uma banda fora do padrão pois não nos enquadramos em um único estilo musical e essa letra, mesmo num rock pesado, é fora do padrão”, comenta o baixista Chaene Gama.
Já “Fogo nos Racistas” coloca o dedo na ferida do preconceito e tudo que ele visa destruir. “A ideia é que toda pessoa que luta contra isso traz esse fogo dentro de si”, complementa o músico. A faixa ganhou também um clipe, lançado em 11 de fevereiro, que traz referências a Ogum, Orixá do fogo, do metal e da guerra, um boneco trajado de supremacista da Ku Klux Klan (organização terrorista criada depois da Guerra Civil norte-americana para perseguir e assassinar negros) sendo queimado, e a participação especial de Madalena, a Madá, conterrânea mineira que viveu em regime de escravidão por 38 anos até ser liberta de seu cativeiro em 2020.
A pauta da equidade racial e social segue em “Estandarte”, que conta com participação especial da banda curitibana Tuyo, enquanto “Dia do fogo” denuncia os abusos contra o meio ambiente com participação de Rodrigo Lima, vocalista do Dead Fish. O clima politizado segue em “Revolução é o caos”, “Eles que lutem”, “Evilcred” e “Antivida”. “Mosha” abre o disco como um “rolo compressor”, descrevendo o disco que está por vir: “rápido, pesado, sujo!”. “Delírio Coletivo” e “Não fode o meu rolê” completam o álbum, com o groove pesado de baixo e bateria, os vocais viscerais e as guitarras furiosas características da banda.
O disco tem produção de Rafael Ramos, capa com foto de Victor Balde feita na província de Meconta, Norte de Moçambique com imagem da coleção “Lute como uma moçambicana”, da marca Com Respeito. O cachê pelo uso da fotografia foi doado integralmente para Ana e Carol, que figuram na capa. Dê o play!